E a História continua...

Ficamos após o nascimento da Gi, mais uns dias em Curitiba, aí voltamos para Maringá. Quando ela estava com dois meses, levamos ela para Curitiba novamente, e o Dr. Nelson, constatou que além da Tetralogia de Fallot ela tinha também uma janela aorto-pulmonar, o que dificultava ainda mais o seu problema, ela tinha 02 meses, e mamava apenas 30ml e dormia profundamente de tão cansadinha que ficava. Então o Dr. Nelson, disse que não podería-mos mais esperar ela ter 6 meses, para efetuar a cirurgia, e isso teria que aconter agora, logo. Apenas voltamos para Maringá, arrumamos tudo, batizei ela, e ficamos aguardando o hospital nos chamar, pois era preciso ter uma vaga na UTI.
Fotinha do batizado dela, os padrinhos forão meus pais, José Renato Zanutto (in memoriam) e minha mãe Maria Aparecida Zanutto.

No colo da minha mãe minha pequena, acho que ja pedindo a Deus, que lhe desse saúde, proteção, que fosse tudo bem na sua cirurgia:

Muitas pas pessoas, que estavão no batizado, não acreditavam que ela sobreviveria, ela estava tão pálida, tão fraquinha, tão miudinha, enfim, a cor é típica de um bebe com Tetralogia.
Ja no hospital, Pequeno Príncipe, ficamos aguardando vaga na UTI, porque quando chegamos lá, o bebe que iria ter alta para assim abrir uma vaga para a Gi não teve, pois passou mal.
Naquele lugar, você entra, achando, que seu problema é o maior do mundo, que só você sofre, porque comigo, enfim, eram esses os meus pensamentos, pensamentos de quem nunca até então, havia passado por um hospital, por UTI, por tanto sofrimento. Pensamento de quem tinha e sempre teve uma vida tranquila, pensamento de quem não sabia nada da vida....
Mas pensamentos e visões, que ao longo de um mês e 14 dias, foram se alterando, não é possível, alguém que tenha um coração dentro do peito, entrar e sair daquele lugar sem que nada mude dentro de você, e em mim, muito mudou. Lá eu conheci muita dor, alegrias, superações, vitórias. É duro saber que para sua filha poder fazer a cirurgia, é preciso que alguém que está na UTI saia, vivo ou morto...no caso da Gi, infelizmente, sua vaga veio de um bebe que faleceu...a história dessa família, muito, muito pior que a minha...um casal novo, que havia tido o primeiro bebe, saudavel, mas que por erro médico após o parto, faleceu...o segundo bebe, o que deu a vaga para Gi, ja havia o diagnóstico, assim como a Gi, durante a gravidez de problemas no coração, mas o desse bebe, era muito píor, só um transplante, e o bebe não resistiu e morreu após mamar no colo da avó, que disse a sengui frase para minha mãe: " Como vó sofre, sofre pelo segundo neto sonhado, amado, desejado que se foi e sofre de ver a filha sofrendo...".
A cirurgia da Gi então foi marcada, todo aquele jejum, ela chorando, a gente desesperado, e então fomos chamados para o centro cirurgico, lá a enfermeira me entregou a roupinha para eu colocar nela, e eu a troquei, em prantos, sabendo que aquele momento poderia ser o nosso último, foi muito duro entrega-la nos braços da enfermeira e ver ela sumindo naquele imenso corredor, e eu ficando, cada vez mais longe dela, agora ela não era mais minha, eu não podia fazer nada, interferir em nada, apenas confiar, em Deus, nos médicos da terra e nos médicos espirituais. A cirurgia era para durar 7 horas, mas em 4 horas ela estava saindo do centro cirurgico, minha cunhada que é médica, pode assistir a tudo, e lá de dentro pelo celular nos contava o que estava acontecendo, mas chegou um ponto que ficou insuportável aquilo, e então pedimos para ela não dizer mais nada. Quando ela saiu do centro cirúrgico, pudemos ver ela, no corredor a caminho da UTI, viva, lutando por sua vida, minha guerreira.
Uma vez li na internet, não me recordo onde, um versinho, que nunca mais saiu de minha mente, porque retrata exatamente parte de tudo isso que passamos.
Menininha dos olhos meus,
pedaço do céu, presente de Deus,
enquanto você se esforça para respirar
prendemos a respiração para não chorar
por nada poder fazer, apenas orar
dentro de você, mora um anjo de glória
que veio para mudar nossa história
seu nome é Giovanna, mas seu codinome é VITÓRIA!!!
Essa foto é antes da cirurgia...não temos nada de registro dela na UTI, não quisemos registrar nada de lá, é muita dor, e o que fica na nossa memória ja basta.

As fotos após a cirurgia, ainda no hospital, não tenho como postar, porque foram tiradas em uma máquina que não era digital, essa foto, já é dela em Campo Mourão na casa do tio, quando os cabelinhos ja haviam sido rapados, tivemos que rapar porque começou a cair tudo, devido a morfina que ela tomou para dor, aí na fase de por a mão na boca, e para todo lado, não dava certo...

E mais uma foto, de agradecimento que fizemos a todos os amigos, que pediram por ela, que torceram, que sofreram, na cidade, muita gente ficou sabendo do caso, e todas as religiões se uniram em orações pela minha pequena Giovanna, infelizmente, não temos como abraçar cada um, agradecer, então fica aqui o nosso muito obrigada, essa vitória não é só nossa, mas de todos que de alguma forma contribuiram para ela.

Sabe eu tenho muito a dizer, muitas histórias vividas e vistas no hospital para relatar, mas me perco na sequência, começo a chorar, e não consigo escrever....enfim, não quero aqui, contar detalhadamente tudo que vivemos, que passamos, não quero chocar ninguém, apenas mostrar que Deus é grande, que milagres acontecem, que o meu problema pode não ser o maior do mundo, que crescemos muito com o sofrimento, que caímos muitas vezes mas que ele nos levanta e nos faz continuar na caminhada, que nada acontece que não seja da vontade de Deus, e que se ele me escolheu é porque eu era capaz de suportar.
Hoje, ela está linda, é muito esperta, leva uma vida normal, sem remédios, brinca, corre, pula, tem uma personalidade forte, é o nosso presente de Deus, nossa alegria, ela enche nosso lar e nossas vidas!!!
Foto do primeiro aninho!

Foto do segundo aninho:

Fotos de 3 aninhos:

Fotos de 4 aninhos:

Bom pessoal, as fotinhas de 5 aninhos, bom essas vão ter que esperar, porque o aniversário dela é amanhã!!!!